Desta feita convido-vos a recuar a esse saudoso ano de 1369, tinha o rei D. Fernando saído para ir desancar os castelhanos, que já se estavam outra vez a esticar, andava a mulher do alcaide às couves, quando o castelo foi cercado pelo galego do Sarmento, um bêbado.
Até aqui é tudo verdade, o mesmo para a história que se dizia que o galego queria era conversa, mas como a mulher do alcaide não lhe dava troco, ele montou cerco à vila, de pirraça. A coisa prometia arrastar-se. Os galegos não tinham pressa e em Monção estava-se bem. Melhor que em Compostela, que aquilo no Verão não se pode, com os turistas. O problema era a comida. Não estavam habituados e estranharam. Começaram a refilar e a fazer birra, até que o Sarmento teve de pedir à Deuladeu que lhe orientasse, ao menos, uns papo-secos, que os homens não se estavam a dar com o caldo verde e alguns até já estavam com desinteria e a cheirar mal. A mulher do alcaide, que não era parva, teve uma ideia para se livrar daquela cambada e chegou-se à muralha e disse: “Toma lá croissants, oh palhaço, e se quiseres a mantequilla, vai pela porta da cozinha!”
E eles foram. Como a porta era estreita, tinham de entrar um de cada vez, o que era óptimo para a Deuladeu lhes dar com um chuço na nuca e pô-los a dormir, logo ali naquele instante*.
A coisa passou-se e eles nunca mais vinham e os outros pensavam que estavam na cozinha a alancar que nem galegos e deixavam-se ficar à espera de vez. Foi quando a Deuladeu voltou a subir ao alto da muralha e disse: “Olha, acabou-se a manteiga, podem-se ir embora!”. E eles foram.
E assim é que foi.
Boa noite.
*Locução célebre do não menos idem Júlio, o das Farturas
que estupidez
ResponderEliminara professora é parva. chegue-lhe professor
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