Olá amigos, calculo que tenhais aqui chegado, seguindo o convite e sugestão do meu irmão, o trapalhão do Alcino. Eu chamo-lhe trapalhão, já desde pequeno, que foi quando ele começou a andar com aquele ar aluado e sempre a falar em verso. Os meus pais diziam que ele era uma criança distraída, mas a professora da escola sempre soube que o meu irmão estava destinado a outros voos e até meteu uma cunha para ele ir para a Força Aérea, mas chumbou, por causa dos óculos.


Eu, como vêem, já desde pequeno que me deu mais para a História da Humanidade, a começar pela que vivia lá em casa, nomeadamente. E sempre o fiz na certeza porém. Como Dumas pai e Doutras filho, sempre persegui a verdade e não fui em comboios, nem mesmo depois de já os terem inventado.

E, como entrada, já chega de melão com presunto e vamos ao assunto.

terça-feira, 7 de julho de 2009

e no princípio era o vinho

Olá amigos, calculo que tenhais aqui chegado, seguindo o convite e sugestão do meu irmão, o trapalhão do Alcino. Eu chamo-lhe trapalhão, já desde pequeno, que foi quando ele começou a andar com aquele ar aluado e sempre a falar em verso. Os meus pais diziam que ele era uma criança distraída, mas a professora da escola sempre soube que o meu irmão estava destinado a outros voos e até meteu uma cunha para ele ir para a Força Aérea, mas chumbou, por causa dos óculos.

Eu, como vêem, já desde pequeno que me deu mais para a História da Humanidade, a começar pela que vivia lá em casa, nomeadamente.

E sempre o fiz na certeza porém. Como Dumas pai e Doutras filho, sempre persegui a verdade e não fui em comboios, nem mesmo depois de já os terem inventado.

E, como entrada, já chega de melão com presunto e vamos ao assunto.

Queria, antes de mais, dar-vos as boas vindas a este histriónico momento de História e desejar-vos as maiores felicidades, ao longo de toda esta série que, infelizmente, se prevê longa ela também.

Vamos começar pelo princípio e, como aqui acontecerá muitas vezes, vamos pôr em causa a historiografia mais costumeira, com base nas mais ultimíssimas investigações que se vão fazendo neste campo de Ourique da história. Desta vez, dar-vos-ei conta de um documento romano escrito em latim das docas, encontrado na Britânia dos Citeiros, ao pé da Sampilhosa da Perra, num distrito, dentro de uma ânfora de vinho a martelo, A tradução foi muito difícil, porque, como se sabe, os romanos trocavam os uu por vv, mais ainda quando eram das docas, e faziam, portanto, uinho com vuas, o que, parecendo que não, é uma grande confusão, mesmo para um historiador da minha craveira (ou péclisse, como também se lhe chama). Mas vamos então ao documento propriamente dito:

Qual quê! Viriato era um bêbado. Trabalhar nunca foi com ele. Quando o pai morreu e lhe deixou as vacas, a primeira coisa que pensou foi vendê-las para hambúrgueres e derreter o dinheiro na borga com o resto da rapaziada. O que lhe valeu é que o pai tinha-lhe deixado muitas vacas e a vida era barata, naquela altura. Mesmo assim, com denodo e muito pão, lá foi, com a aplicada ajuda dos camaradas, delapidando a fortuna paterna, em alegres canecos do espiche. Aos fins-de-semana, desciam da serra para lançar o pandemónio na cidade. Corriam as tascas todas, numa algazarra dos infernos, metendo-se com as velhas e com as novas que viam nas ruas. Jogando pedras aos cães, insultando os soldados romanos que patrulhavam os cruzamentos e montavam guarda às lojas de penhores. Quando já estava tudo grosso, começava a pouca vergonha. Não havia caixote do lixo que ficasse em pé, nem montra que ficasse inteira. Para acabar a noite iam às putas. Às termas romanas, como eles diziam. Uma cambada de porcos. O que a minha irmã lhes aturou, por Jove!

E foi assim. Espero que tenhais ficado mais esclarecidos sobre as proto-origens da nossa nacionalidade e sobre a personalidade ímpar do primeiro grande dirigente deste grandioso clube de futebol que é a nossa pátria lusitana. Não percais então o segundo capítulo desta emocionante aventura, brevemente nas bancas! Até lá, recebei um histérico abraço deste vosso histórico amigo, ou vice-versa,

Germano José Esse Magalhães Saraiva, o Hermano do Alcino, esse Magalhães, também.

3 comentários:

  1. Heródoto Ronaldo, historiador free lancer, de Coimbra B21 de julho de 2009 às 03:43

    se este blog respeitar o alto padrão de qualidade do Momento de Poesia, do professor Alcino, saúdo efusivamente e desejo os melhores sucessos à consubstanciação do preenchimento de uma lamentável lacuna no nosso país. a divulgação histórica séria e rigorosa.
    escrevo, como reparam, em letra minúscula, em sinal de que, mais que o protagonismo do narrador é a verdade histórica que deve brilhar e ser resgatada da poeira do sofisma.
    vou ficar atento, desejando

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  2. José Graínha, Costa da Caparica21 de julho de 2009 às 03:46

    porra, que o homem fala bem. Eu cheguei aqui por engano, mas achei graça à treta do Viriato e tal... Chegue-lhe professor. E histórias com gajas?, Não tem?

    Zé Graínha, auti-didacta neste momento à procura de emprego. não tá fácil! então na praia... Costa da Caparica

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  3. para dizer da justiça, não há! agora aqui a história ganha novas dimensões e é na profundidade que se enterra para baixo ou alua para cima, se não estiver enganado, o que tanto faz? não sei, mas não perco a oportunidade para dar parabéns! como anónimo que era o que seria sendo como será

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Diga lá então de sua justiça!